As relações étnico-raciais na sociedade brasileira: suas implicações na Educação e nas Legislações Educacionais

Palabras clave: diversidade cultural, sociedade multirracial, educação, legislação educacional, relações interétnicas

Resumen

O tema da diversidade cultural tem se ampliado e é motivo de pesquisas em diversas áreas de conhecimento no mundo. A preocupação em investigar esse tema ocorreu, principalmente, a partir da imigração iniciada com o processo de descolonização da África, Ásia e América no século XX. Porém, a discussão sobre a diversidade cultural brasileira e sua contribuição na formação dessa sociedade se iniciou no século XIX. No presente artigo buscaremos analisar as legislações educacionais para entender quais são as normas para a Educação brasileira sobre as relações étnico-raciais nas escolas e o que elas recomendam, traçando antes uma análise sobre os debates acadêmicos existentes no Brasil sobre sua diversidade cultural. Ressalta-se que o artigo foi elaborado de acordo com a realidade brasileira, ou seja, é uma visão do Brasil. A metodologia da pesquisa se iniciou com o levantamento bibliográfico e de leis educacionais que tratam da temática da contribuição histórica e cultural da população negra no Brasil. No desenvolvimento da pesquisa buscamos realizar uma análise do conteúdo entre o contexto da sociedade brasileira e a formulação de leis noâmbito da Educação que enfatizam a necessidade de inserir a história e culturas africanas eafro-brasileiras no ensino. Compreende-se que não basta reconhecer que existe desigualdade racial no Brasil, é necessário buscar formas conjuntas e efetivas de combatê-lo e a Educação tem um papel importante.

Citas

Almeida, S. L. (2018). O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento.

Caimi, F. E. (2016). A História na Base Nacional Comum Curricular: pluralismo de ideias ou guerra de narrativas? Revista do Lhiste, 4 (3), 86-92.

Caldas, A. R. (2016). Profissionais da Educação: entre o encantamento da resistência individual e o sofrimento do trabalho. In: Souza, A. R.; Gouveia, A. B.: Tavares, T. M (orgs.). Políticas Educacionais: conceitos e debates. 3ª ed. Curitiba: Appris.

Cruz, A. C. J. (2017). O lugar da história e cultura africana e afro-brasileira nos debates contemporâneos do currículo brasileiro. Revista Ensino Interdisciplinar, 3 (8), 143-150.

Dourado, L. F. (2007). Políticas e gestão da Educação Básica no Brasil: limites e perspectivas. Educação & sociedade, 8 (100), especial, 921-946.

Fernandes, F. (2007). O negro no mundo dos brancos. 2ª ed. rev. São Paulo: Global.

Franco, A. P.; Silva Junior, A. F. & Guimarães, S. (2018). Saberes históricos prescritos na BNCC para o ensino fundamental: tensões e concessões. Ensino Em Re-Vista, 25 (4), 1016-1035.

Freyre, G. (2006). Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51ª ed. São Paulo: Global.

Gomes, N. L. (2012). Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Revista Currículo sem fronteiras, 12 (01), 98-109.

Guimarães, S. (2012). Didática e prática de ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. 13º ed. Campinas/SP: Papirus.

Ianni, O. (org). (2004). Florestan Fernandes: sociologia crítica e militante. São Paulo: Expressão Popular.

Jesus, F. S. (2012). O "negro" no livro didático de história do Ensino Médio e a Lei 10.639/03. Revista História & Ensino, 18 (01), 141-171.

Lopes, A. C. (2004). Políticas curriculares: continuidade ou mudança de rumos? Revista Brasileira de Educação, 26, 109-118.

Machado, M. H. P. T. (1987). Crime e escravidão: trabalho, luta e resistência nas lavouras paulistas 1830-1888. São Paulo: Brasiliense.

Manoel, I. A. (2012). O Ensino de História no Brasil: do Colégio Pedro II aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Conteúdos e Didática de História, 8, 159-182.

Martius, K. F. P. (1844). Como se deve escrever a história do Brasil. Revista do Instituto Histórico Brasileiro. T. 6, 389-411.

Mathias, C. L. K. (2011). O ensino de História no Brasil: contextualização e abordagem historiográfica. História Unisinos, 15, 40-49.

Mello, R. M. (2018). Como se deve escrever a História: Carl Martius no século XIX e os editais atuais do Programa Nacional do Livro Didático. Revista de História Comparada. Programa de Pós-Graduação em História Comparada – UFRJ. 12. (2), 65-83.

Oliveira, L. F.; Candau, V. M. F. (2010). Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, 28 (01), 15-40.

Pereira, A. A. (2014). Relações étnico-raciais na história e no Brasil. IN: Pereira, A. A. (org.). Educação das relações étnico-raciais no Brasil: trabalhando com histórias e culturas africanas e afro-brasileiras em sala de aula (pp. 61-76). Brasília: Fundação Vale.

Petean, A. C. L. (2012). O racismo universalista no Brasil: eugenia e higienização moral da sociedade. Revista Eletrônica Cadernos de História, 7 (2), 35-47.

Queiróz, S. R. R. (1998). Escravidão negra em debate. In: Freitas, M. C. (Org.). Historiografia brasileira em perspectiva (pp. 113-118). São Paulo: Contexto.

Severino, A. J. (2007). Metodologia do trabalho científico. 23º ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez.

Silva Jr., H. (2002). Discriminação racial nas escolas: entre a lei e as práticas sociais. Brasília: UNESCO.

Silva, P. B. G. (2007). Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. Revista Educação, ano XXX, 3. (63), 489-506.
Publicado
2020-03-18
Cómo citar
de Camargo, I. (2020). As relações étnico-raciais na sociedade brasileira: suas implicações na Educação e nas Legislações Educacionais. REIDICS. Revista De Investigación En Didáctica De Las Ciencias Sociales, (6). https://doi.org/10.17398/2531-0968.06.61
Sección
Artículos